Wesley Rangel é, antes de tudo, precursor. Sua história pessoal se confunde com a própria história da profissionalização da música baiana. Formado em Administração de Empresas e Direito, representante da SOCINPRO em Salvador, Rangel é pioneiro na criação e consolidação do mercado da música baiana. Seu famoso estúdio WR, criado em 1975, no sexto andar do edifício A Tarde, na Praça Castro Alves, teve o intuito inicial de gravar jingles para o mercado publicitário. Em 1980, a WR cresceu e se mudou para a Rua Manoel Barreto, no bairro da Graça, formando uma banda com talentosíssimos profissionais: Luiz Caldas (arranjos, guitarras e vocais), Cesinha (bateria), Carlinhos Marques (baixo e vocal), Alfredo Moura (teclados e arranjos), Carlinhos Brown e Tony Mola (percussão), Silvinha Torres e Paulinho Caldas (vocais). Esse grupo, a partir de 1984, formou a lendária Banda Acordes Verdes. Em 1985, no estúdio WR, foi gravado o LP “Magia”, disco emblemático de Luiz Caldas, que deflagrou o que viria a ser chamado de “Axé Music”. A partir de 1985, a WR passou a gravar inúmeros artistas da música baiana. Nesta entrevista, Wesley Rangel analisa sua trajetória, o mercado fonográfico brasileiro, questões ligadas ao Direito Autoral e ao mercado da música.